Depois de XIX Séculos, finalmente pedonal?
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Breve sinopse Histórica
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Ano de 102 – 104
Conclusão da construção da “Ponte de Trajano” pelos Aquiflavienses, à sua própria custa em granito de grão médio (da região).
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Século 16
Cheia destruiu parcialmente a Ponte Romana, procedendo-se depois à sua reconstrução. Os dois arcos do lado da Freguesia da Madalena foram reconstruídos com uma largura diferente substituindo, segundo parece, a três arcos originais.
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Ano de 1880
Substituição do pavimento lajeado e das guardas de granito pelas actuais grades de ferro, como nos indica uma inscrição que se encontra na ponte nos apoios semicilíndricos dos Padrões.
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Ano de 1910
Declarada Monumento Nacional. MN, Dec. nº 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910 e Dec. nº 28 536, DG 66 de 22 Março 1938
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Julho de 1942
Os Flavienses pedem a reconstituição original da sua Ponte Romana.
Na informação enviada poderia ler-se:
“Ponte Romana sobre o Tâmega, denominada “Ponte de Trajano”, classificada de Monumento Nacional – merece condigno restauro das guardas, pavimento e áreas, por ser indubitavelmente a maior das obras de arte da via militar romana”.
“A célebre ponte de Chaves, é um dos monumentos mais grandiosos do domínio imperial na Península. Era talvez a mais imponente obra de arte que existia no velho trajecto de Braga a Astorga. De construção fortíssima, com os seus bem lançados arcos, de aduelas rústicas, onde ainda hoje se vêem os orifícios para o engate dos ganchos da forfex, dano algum tem causado á sua vida milenária as cheias impetuosas do Tâmega. Pena é que em compensação, nos seus 18 séculos de existência, tantos danos lhe tenham causado os homens!
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Todavia, a sua reconstituição não seria difícil: bastaria desentaipar-lhe os arcos obstruídos, repor a pavimentação das grandes pedras do seu leito, actualmente com paralelepípedos, destruir os passeios de cimento com que a alargaram, substituir as inestéticas guardas de ferro pelas antigas guardas de pedra, e reconstruir três corta-mares que lhe destruíram para colocarem no seu lugar outros tantos apoios semicilíndricos, que sustentam candeeiros de iluminação publica”.
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Na resposta dada (um ano depois) a 25 de Julho de 1943, pelo Ministério das Obras Publicas e Comunicações, o parecer dizia que não seria possível admitir a destruição do paredão e aterro feito, há poucos anos, pela Junta Autónoma de Hidráulica Agrícola e que veio reduzir o majestoso conjunto dos 12 arcos para 8.
Resta apenas a questão das guardas da ponte e do pavimento de paralelepípedos que a junta Autónoma de Estradas lhe colocou.
Mas para substituir as actuais grades de ferro por outras de cantaria, numa provável reconstrução das primitivas, era necessário reduzir a largura da ponte o que, dado o facto de esta ser a única ligação existente entre as duas margens do Tâmega, não tem possibilidades de realização por impedir a passagem de transportes pesados.
Quanto ao pavimento e devido ao grande trânsito, considera esta Secção inútil a substituição dos paralelepípedos por lajeado de cantaria.
Seria uma despesa sem proveito nem vantagens de qualquer espécie".
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Recordar, que nesta altura não havia “Fundos Comunitários” e a Europa encontrava-se mergulhada na 2.ª Guerra Mundial.
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Ano de 1959
Chaves continuava a ambicionar ver a sua ponte “Desobstruída e Restituída à sua Beleza Original”. Pediu-se então:
A Urbanização do Largo do Tabolado e Alameda do Rio – Regularização do Rio Tâmega em frente da cidade – Valorização da ponte romana.
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Maio de 1977
Nuno Gil Pires, o então Presidente da Câmara Municipal de Chaves, solicitou ao Ministério das Obras Publicas, apoio técnico e financeiro para “a restituição da Ponte Romana à fisionomia primitiva”. Seria uma significativa homenagem que poderia ser prestada à cidade nas comemorações do XIX centenário do Município Flaviense que se celebravam no ano de 1978.
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O arquitecto Director da Direcção Geral dos Monumentos Nacionais, considerou “não ser possível a realização do plano solicitado pela Câmara a não ser a modificação do sistema de iluminação que sem duvida era incaracterístico e prejudicava o aspecto do imóvel”.
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1981 – 1982
Obras de consolidação das bases dos quebra-rios e remoção do lajeado assente junto aos quebra-rios, pela Câmara Municipal de Chaves sem conhecimento do IPPC e da DGEMN; IPPAR.
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1997 – 1998
A ponte urbana de S. Roque, projecto financiado pela Comunidade Europeia, foi Construída para possibilitar cessar o trânsito automóvel da Ponte Romana.
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Fevereiro e Março de 1999
Alexandre Chaves, presidente da Câmara Municipal, promoveu a apresentação pública de sete projectos para a reabilitação arquitectónica e paisagística do Centro Histórico de Chaves. No conjunto desses projectos urbanísticos estava incluída a reabilitação da Ponte Romana.
As apostas do Município avançavam no sentido da pedonalização entre as zonas do Largo das Freiras, Rua de Santo António, Rua da Ponte e Ponte de Trajano, o que seria feito por fazes e acompanhado de parques de estacionamento alternativos a moradores, comercio e serviços.
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Ano de 2001
Altamiro Claro, presidente da Câmara Municipal de Chaves conseguiu ver aprovado o Programa Polis. As obras previstas, com início no princípio de 2002, seriam realizadas nos próximos 4 anos.
A Ponte Romana, inserida no projecto de requalificação urbana do Largo do Arrabalde e do Centro da Madalena, teria um pavimento contínuo, sem desníveis nem lancis, todo em granito da região de grão médio, estando prevista a sua pedonalização.
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Ano de 2008
Finalmente, no mês de Março, com seis anos de atraso (2002) da data do início da Obras, a Ponte Romana de Trajano começou a ser parcialmente Requalificada – substituição dos paralelepípedos por lajeado de granito (de Vila Pouca) de grão fino.
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Mas… será desta que a Ponte Romana de Trajano com 19 séculos de serviço, “terá direito á reforma” e se transformará numa ponte pedonal? Ou devido a coacções politicas dos “mentores” da Madalena continuará aberta ao Transito?
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Nesse caso estaria actual a resposta dada a 25 de Julho de 1943, pelo Ministério das Obras Publicas e Comunicações. “Seria uma despesa sem proveito nem vantagens de qualquer espécie”, os 363.514,15 Euros gastos na Obra.
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Os Flavienses considerariam inútil a substituição dos paralelepípedos por lajeado de cantaria.
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